2006/01/25

 

2- O Que a Nossa Cultura Diz às Crianças Sobre as Drogas

Infelizmente as modas e manias que têm o maior sucesso na nossa cultura são, às vezes, as que mais chocam. As crianças, actualmente, são assediadas por mensagens, umas mais subtis, outras mais explícitas, sobre o que é "bom" no álcool, no fumo e nas drogas. Seus filhos podem ver personagens de TV que vivem na riqueza e no luxo, graças ao dinheiro que ganham traficando drogas, podem encontrar um website clamando pela legalização do haxixe, podem ver seus astros de cinema favoritos fumando, nos seus filmes mais recentes, ou podem ouvir músicas que descrevem a incrível sensação de fazer amor quando se está sob o efeito de drogas.

Para combater essas impressões, coloque a sua televisão e o computador numa área de uso comum da família, para que você possa saber o que os seus filhos estão a ver.

Sente-se com eles quando eles estiverem a assistir à televisão. Explore a Internet com eles para ver quais são as suas preferências. Qualquer coisa que represente uma perturbação pode ser transformada num "momento de ensinamento". Pode ser que você queira estipular normas sobre os programas de televisão, filmes e websites apropriados para o seu filho. (Você também pode tranquilizar as crianças, dizendo-lhes que o mundo não é tão cruel como é mostrado nas notícias, que dão grande ênfase aos problemas da sociedade.)

Da mesma forma, familiarize-se com as estações de rádio, com os CDs e com os filmes favoritos dos seus filhos. Segundo uma pesquisa recente, a maioria dos adolescentes consideram ouvir música a sua actividade favorita quando não estão na escola, e em média, dedicam três ou quatro horas por dia a essa atividade. Como muitas das músicas que eles ouvem fazem com que o consumo de drogas pareça convidativo e sem consequências, é bom você combater essa impressão, mostrando claramente a sua própria posição.

(Continua...) Proxima postagem: Como Instruir Seus Filhos Sobre as Drogas

2006/01/23

 

1- CRESCENDO SEM USAR DROGAS: UM GUIA DE PREVENÇÃO, PARA OS PAIS

O texto que se segue faz parte de uma publicação distribuída aos pais pelo Programa de Escolas Seguras e Sem Drogas [Safe and Drug Free Schools Program], do Departamento de Educação dos Estados Unidos [U.S. Department of Education]. Desde a sua primeira edição, 28 milhões de cópias foram distribuídas aos pais em todo o território dos Estados Unidos. O guia também se encontra disponível na world wide web: http://www.ed.gov/offices/OESE/SDFS.

Nós iremos publicá-lo por partes.

A PERSPECTIVA DO SEU FILHO

Porque uma Criança Usa Drogas


É compreensível que alguns pais de consumidores de drogas pensem que seus filhos podem ter sofrido pressões de seus colegas ou de traficantes para que tomassem drogas. Mas as crianças dizem que optam por tomar drogas porque querem aliviar o tédio; querem se sentir bem; esquecer seus problemas e relaxar; querem se divertir; satisfazer sua curiosidade; correr riscos; aliviar a dor; querem se sentir adultas; mostrar que são independentes; pertencer a um grupo específico; ou dar a impressão de que são "fixes".

Em vez de ser influenciados por novos amigos cujos hábitos eles adoptam, as crianças e os adolescentes frequentemente mudam de turma para poderem ficar com outras pessoas que optaram pelo mesmo estilo de vida.

Os pais são as pessoas que mais conhecem os seus filhos, e portanto, estão na melhor situação possível para sugerir alternativas saudáveis ao consumo de drogas. Desportos, clubes, aulas de música, projectos de serviço comunitário e actividades após o horário normal de aulas não apenas mantêm as crianças e adolescentes activos e interessados, mas também os aproximam dos pais, que podem comparecer aos jogos e às apresentações. Para desenvolver uma noção positiva de independência, você pode estimulá-los a trabalhar como baby-sitters ou a dar aulas particulares. Para que eles possam ter a sensação de que estão assumindo riscos, você pode sugerir alpinismo, karate ou campismo.

(Continua...) Próxima postagem: O Que a Nossa Cultura Diz às Crianças Sobre as Drogas

 

Jovens com vida sexual não estão mais informados

De acordo com um estudo publicado no Jornal de Notícias, as diferenças de conhecimentos dos activos e não activos não são substanciais, um dado preocupante para o investigador. Informação transmitida não é assimilada pelo jovens.

Os jovens sexualmente activos não têm mais informação sexual que os não-activos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pela Universidade Fernando Pessoa, do Porto, que Sampaio Gomes, responsável pela investigação, considerou "preocupante".

"Não existem normas sobre o que é considerado um conhecimento médio ou normal sobre esta área, mas é de pressupor que os jovens com vida sexual deveriam ter mais informação que os restantes", referiu Sampaio Gomes, acrescentando que "constituem um claro grupo de risco por não utilizarem sempre, ou então irregularmente, os métodos contraceptivos e preservativo". Menos de metade dos inquiridos assumiu que usava o preservativo de forma sistemática.

O estudo, intitulado "conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais em adolescentes sexualmente activos e não activos, estudantes do 9.º ao 12.º ano de escolaridade", foi realizado com 204 adolescentes com idades entre os 14 e os 21 anos (45,6% raparigas, 54,4% rapazes) sendo que 19,6% têm vida sexual (um grupo de 40, dos quais 11,8% são rapazes e 7,8% raparigas) e 80,4% não têm.

Os participantes são alunos de uma escola pública de uma zona urbana do Norte.

Uma outra conclusão deste estudo, de acordo com o seu autor, é a necessidade para uma melhor e mais eficaz informação sobre a sexualidade. "A informação existe, mas pode não estar a ser transmitida da forma mais eficaz, porque não está a ser assimilada pelos jovens", salientou.

"A escola terá que ter a preocupação de estruturar esta informação para uma eficaz transmissão de conhecimentos. Normalmente associa-se essa responsabilidade aos pais, família, mas é necessário fazer mais e passar da responsabilidade privada para a pública", sublinhou Sampaio Gomes.

Dos questionários respondidos pelos participantes verifica-se que as raparigas têm mais conhecimentos sobre métodos contraceptivos que os rapazes, "talvez pelo facto do seu maior envolvimento no que diz respeito a evitar uma gravidez".

Outro dado que também não surpreendeu foi o facto dos adolescentes mais velhos terem mais conhecimentos sobre métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis do que os mais novos.

Quanto às fontes de informação, os sexualmente activos dão preferência à mãe e a leituras, os não activos à mãe e aos professores.

No que se refere aos motivos para a prática sexual já existem diferenças de género. Enquanto que os rapazes mencionam "mero prazer" e "estar apaixonado", as raparigas dizem "estar apaixonada" e "exprimir proximidade emocional".

Os motivos apontados por ambos os sexos para a abstinência sexual são "medo da sida" e "medo de uma gravidez".

2006/01/09

 

1: Educação sexual? Se meu filho tem só três anos!

… pois então, ele ou ela já recebeu muitíssimos mensagens sobre a sexualidade—ou seja, mais de três anos de informação. Ponha-se a pensar:

-quando se lhes toca e abraça aos bébés, ensina-se-lhes que são queridos.
-quando lhes escolhemos roupa (azul ou rosa), brinquedos (carrinhos ou bonecas) ou actividades (jogos de bola ou às casinhas), apresentamos-lhes mensagens sobre os papéis de homem e de mulher.
-ver a um irmão, irmã ou pai a tomar banho ensina as diferenças físicas entre homem e mulher.
-a boa (ou a má) vontade dos pais a responder honestamente à pergunta: "E, como saiu o bébé?" transmite uma atitude sobre o sexo.

Na verdade, V. esteve educando a seu filho sobre o sexo todo o tempo, com suas palavras e também com seu silêncio; com sua comunicação verbal e corporal. Suas respostas e ações ensinaram muito a seu filho sobre a sexualidade—não só com mera informação, mas pelos seus valores e atitudes.

V. não pode evitar ser o mais importante educador sexual de seu filho … e também não o deve de evitar. Sendo seu pai ou mãe, V. é quem mais influi sobre o desenvolvimento e as atitudes sexuais de seu filho. A experiência familiar que rodeia ao menino desde seu nascimento determina até que ponto seu filho vai ter sentimentos saudáveis e positivos sobre a sexualidade.

Porém, a idéia que a educação sexual começa desde o nascimento é para muita gente uma idéia rara. Por consequência, os pais podem deixar passar muitos anos antes de dar-se conta que as crianças, desde muito pequenos, merecem uma educação sexual bem pensada e com boa intenção. Quanto mais concientemente os pais educam os seus filhos aproxima do sexo, melhor os vão preparar para enfrentar com os desafios que lhes esperam.

Bom—quando meu filho pergunte, então digo-lhe …

… mas, vai reconhecer as perguntas? As crianças interessam-se pela sexualidade muito antes que possam fazer perguntas. Por exemplo, um menino pequeno pode querer ver o papá a tomar banho ou tocar-lhe no ventre da mamã, grávida. Estas situações apresentam "momentos ideais para ensinar" lições sobre a anatomia, a reprodução e o nascimento.

Quando os pais aproveitam essas oportunidades, não só lhes dão informação a seus filhos, mas também demonstram sua vontade de discutir sobre sexo com eles. Assim se estabelece um ambiente de confiança e de bem-estar, o que anima às crianças a pedir a seus pais a informação sobre a sexualidade que necessitem no futuro.

Não se preocupe que lhe tenha dito muitas coisas muito cedo. Seu filho vai assimilar o que ele ou ela pode e mostrar aborrecimento com o demais: vai ter os olhos lustrosos, vai-se levantar … Mas seus comentários não serão desperdiçados. Seu filho talvez não captou todos os detalhes, mas se vai entender que "à mamã e ao papá pode-se-lhes perguntar".

Não corre perigo com muita informação muito cedo; pelo contrário, corre mais perigo com muito pouca informação demasiado tarde. Quando os pais reconhecem as perguntas e respondem com carinho e honestidade, estão no bom caminho para dar qualidade à educação sexual de sua família.

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