2006/03/29

 

Jovens abusam dos doces e omitem fruta e legumes

Estudos revelam que 70% dos jovens obesos tornam-se adultos gordos

Os adolescentes têm hábitos alimentares preocupantes exageram nos doces e nos refrigerantes e esquecem-se da fruta e dos vegetais. Um estudo realizado a nível nacional detectou que, entre os jovens com idade dos 14 aos 17 anos, há 14% de obesos e muitos mais candidatos a adultos gordos, se não inverterem rapidamente a forma como comem.

Helena Fonseca, responsável científica da investigação que pretendeu caracterizar os hábitos alimentares e de exercício físico de 551 adolescentes de todo o país, explicou ao JN que as conclusões mais preocupantes são a baixa ingestão de vegetais e frutas, o consumo excessivo de alimentos hipercalóricos, bem como o número significativo que não toma um bom pequeno-almoço e não bebe leite.

Um em cada quatro dos inquiridos só come vegetais uma vez por semana mas, em contrapartida, não dispensa os bolos com creme, donuts ou doces diariamente. Nalguns casos, as asneiras alimentares começam logo de manhã. Embora a maioria (84%) tome pequeno-almoço diariamente, quase sempre em casa, os que não o fazem acabam por preferir doces e outros produtos pouco saudáveis porque, segundo a pediatra, a oferta nos bares das escolas não contempla, por exemplo, cereais e fruta, que são as opções acertadas.

Outro dado preocupante é 20% dos adolescentes não ingerir leite ou iogurtes regularmente, uma carência grave tendo em conta que se trata de um período crítico em termos de construção de massa óssea.

Embora a percentagem de obesos seja ligeiramente superior entre os rapazes do que entre as raparigas (15% e 12%, respectivamente), elas têm mais noção do excesso de peso e, acima de tudo, preocupam-se mais com a forma física e denotam uma maior insatisfação com a imagem corporal. Cerca de 90% dos jovens reconhece a obesidade como uma doença, mas é incapaz de revelar quais as suas consequências. Talvez por isso a maioria dos obesos nunca tenha procurado ajuda para controlar o peso.

Os erros são assumidos por muitos dos adolescentes, que admitem, contudo, não serem essas as directivas que recebem em casa. Helena Fonseca explica esta atitude com a necessidade que esta faixa etária sente de cortar com hábitos considerados infantis e afirmar a sua autonomia em relação aos pais.

2006/03/09

 

Agressividade na escola em debate

A "elevada rotatividade" dos professores nas escolas não facilita a prevenção necessária aos conflitos em contexto escolar. A opinião é de Paulo Carvalho, psicólogo social que, ontem participou na reflexão promovida pelo Secretariado Regional de Braga Sul do Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades sobre a violência nas escolas.

A cargo do psicólogo esteve a explicação do "bullying" - condutas agressivas por parte de crianças e jovens, apenas em contexto escolar, que pode levar, por vezes a agressões físicas - um fenómeno já investigado em alguns países, mas recentemente estudado em Portugal. Apesar disso, o psicólogo diz que tal fenómeno embora assuma uma nova designação, já há muito acontece nas escolas.

Segundo Paulo Carvalho são vários os factores que podem provocar as condutas agressivas por parte dos jovens no interior das escolas, entre as quais aponta, a desestruturação das famílias das quais as crianças são oriundas, crianças expostas a modelos de violência ou ainda, vindas de comunidades fechadas à sociedade com uma conduta própria.

Para o combate a estes conflitos, o especialista considera que a aposta tem de ser feita na prevenção, com um trabalho organizado na escola. Contudo, quando de ano para ano os professores mudam, tal trabalho, que segundo afirma, tem de ser continuado e demora a assimilar, tem de começar do zero. Ao mesmo tempo, considera que os pais têm de ser envolvidos no trabalho, já que é uma tarefa que tem de ser desenvolvida também, em casa. Por seu lado, Rui Barroso adiantou que, no distrito, o fenómeno se verifica mais nas escolas dos centros urbanos.

2006/03/08

 

AS DROGAS E O CÉREBRO - Semana Internacional do Cérebro

Dependência, habituação, vício, drogas leves e duras. Que significado têm estas palavras quando nos referimos ao modo como as drogas interagem com o nosso cérebro? Faz sentido, em termos de biologia, estabelecer diferenças entre drogas ilegais como o haxixe e legais como o tabaco? Qual a explicação para a dependência física das drogas?

Durante todo o próximo Domingo, dia 12 de Março, no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, vários laboratórios de investigação de neurociências realizam ateliers onde estas questões são abordadas e onde se pode ficar a conhecer muita da investigação que se realiza em Portugal sobre as drogas. Às 16 horas, no auditório do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, as drogas são o tema para um debate.

Estas actividades marcam o início da Semana Internacional do Cérebro, que este ano tem como tema "As Drogas e o Cérebro". Esta é uma iniciativa internacional, organizada pela Dana Alliance for Brain Initiatives, com o objectivo de divulgar junto do público os progressos e benefícios da investigação científica na área do cérebro. Participam instituições científicas, universidades, hospitais, institutos de saúde, associações de pacientes, escolas e associações profissionais de todo o mundo. Em Portugal, a Semana Internacional do Cérebro é organizada pela Sociedade Portuguesa de Neurociências em colaboração com a Ciência Viva.

PROGRAMA
12 de Março 2006
Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva

ATELIERS "DROGAS E CÉREBRO"
Local: Foyer do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Hora: Das 11h00 às 19h00
Entrada livre

Durante todo o dia, serão realizados ateliers por cientistas de instituições de neurociências esclarecem dúvidas do público sobre os seguintes temas:

Cocaína - Unidade de Neurocomportamento, Instituto de Biologia Molecular e Celular, Universidade do Porto

Ecstasy - Laboratório de Toxicologia, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto; Unidade de Neurocomportamento, Instituto de Biologia Molecular e Celular, Universidade do Porto

Álcool - Laboratório de Farmacologia, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra

Opiáceos - Heroína - Centro de Neurociências de Coimbra

MPTP, produto secundário da síntese de opiáceos (meperidina) - Unidade de Biologia Molecular, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa

Canabinoides - Instituto de Farmacologia e Neurociências, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

Cafeína - Instituto de Farmacologia e Neurociências, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

Nicotina - Instituto de Farmacologia e Neurociências, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

Como é que o cérebro se torna dependente a drogas? - Instituto de Farmacologia e Neurociências, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

DEBATE "DROGAS E CÉREBRO"
Local: Auditório do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Hora: 16h00
Entrada livre

Mecanismos de toxicodependência: acção das diferentes drogas no cérebro
Ana M. Sebastião, Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências

A doença 'toxicodependência'
Teresa Nunes Vicente, Directora Clínica do Instituto da Droga e Toxicodependência

A droga em contexto nacional e internacional
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência - (a confirmar)

Para mais informações:
Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Tel. 218 917 100
Email: info@pavconhecimento.pt

Consulte toda a programação em www.cienciaviva.pt ou em www.neurociencias.pt/spn/pt/

2006/03/06

 

Taxas de obesidade infantil vão disparar até 2010

Cerca de 26 milhões de jovens da UE deverão sofrer de excesso de peso

As taxas de obesidade infantil vão crescer drasticamente até 2010 em quase todo o mundo, segundo um estudo divulgado no “Jornal Internacional de Obesidade Pediátrica”.

Dentro de quatro anos, cerca de 26 milhões de jovens da União Europeia (UE) deverão sofrer de excesso de peso ou obesidade e 20 mil jovens poderão desenvolver diabetes tipo 2.

O estudo revela também que cerca de um milhão de crianças terão sinais de pressão arterial alta e níveis elevados de colesterol, indicadores precoces de doenças cardiovasculares.

Na Europa e no Médio Oriente, até ao final da década, devem duplicar as crianças afectadas pela obesidade, enquanto no continente americano o aumento deverá situar-se nos 15,2 por cento.

Os investigadores analisaram relatórios de 1980 até 2005 bem como dados da Organização Mundial de Saúde e concluíram que a prevalência do excesso de peso na infância aumentou em quase todos os países do mundo.

"Temos um nova epidemia global que parece que afectará a maioria dos países do mundo", afirmou Philipe James, presidente da Missão Internacional contra a Obesidade.

Segundo dados da Comissão Europeia divulgados em 2005, Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças com excesso de peso, assim como Malta, Espanha e Itália. Nestes quatro países, as taxas de sobrepeso e de obesidade excedem os 30 por cento nas crianças com idades entre os sete e os 11 anos.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?