2005/12/19

 
Raparigas estão a fumar mais
Plano Documento sobre prevenção de tabagismo foi premiado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia 
Especialistas favoráveis a escolas livres de fumo, com turmas sem fumadores, programas de promoção de hábitos saudáveis e cartão com dispositivo para fazer compras


Diminuir a mortalidade e morbilidade causada pelas patologias associadas ao consumo de tabaco, reduzir a prevalência nos jovens escolarizados, retardar a idade de início do consumo, reduzir a prevalência nos jovens adultos, reduzir a prevalência nas mulheres são os objectivos do plano de prevenção do tabagismo do concelho de Braga, recentemente premiado pela sociedade portuguesa de pneumologia. Da autoria do professor universitário, José Precioso e do médico Manuel Macedo, o plano foi elaborado levando em conta as vias que os autores consideram mais eficazes para prevenir o consumo de tabaco pelos jovens e que "incluem uma combinação de programas de prevenção na escola, modificações no ambiente da escola, envolvimento dos pais, programas de abandono para adolescentes, estratégias de controlo do acesso social e comercial ao tabaco, campanhas nos media, proibição da promoção e publicidade do tabaco e aumento dos preços", começa por explicar, José Precioso.

Os dois promotores do plano sugerem ainda um conjunto de iniciativas e actividades preventivas entre as quais se destacam acções extracurriculares, como por exemplo a criação de turmas sem fumadores, o desenvolvimento e aplicação de programas de desabituação para jovens, a continuidade da intervenção antitabágica ao longo do percurso escolar, a promoção de estilos de vida saudáveis, através do desenvolvimento de um currículo transversal de educação para a Saúde ou mesmo da criação de uma disciplina de educação para a Saúde.

Para José Precioso é importante "existir uma política de controlo do consumo de tabaco na escola que proíba o consumo de tabaco a docentes, discentes e funcionários, com excepção de uma sala destinada a fumadores. A instalação de um dispositivo de compras por cartão na escola também é uma modificação ambiental importante, pois permite aos pais controlar o dinheiro dos filhos e estes só o poderem gastar em artigos e produtos vendidos ou em serviços fornecidos pela escola".

O próprio ambiente escolar deve implementar algumas medidas que passam pelas restrições à venda de cigarros a menores, a monitorização e o reforço do investimento na prevenção primária. "A mensagem a enviar aos pais é a de que não devem fumar, pelo menos na presença dos filhos, jamais o devem fazer em casa, pelos prejuízos que causam aos conviventes e às crianças em particular e, para além disso, devem ter uma atitude negativa em relação ao possível consumo pelos filhos", refere ainda o docente universitário.

Ao nível de políticas nacionais, a descentralização do Conselho de Prevenção do Tabagismo e a criação de uma rede de planos municipais globais de prevenção do tabagismo, com meios humanos e financeiros, "poderiam conduzir a um movimento organizado e que seria verdadeiramente eficaz na luta contra a epidemia tabágica".

2005/12/13

 

«Educação da Sexualidade: Uma descoberta da Vida e do Amor»

Tema das Jornadas de Formação de Professores de EMRC

“Numa sociedade, que percorre as ondas efémeras e passageiras da moda, há que saber orientar a educação do nosso conhecimento, a formação do nosso ser. Não basta ligar o televisor... e acolher mil palavras como se fossem a Palavra” – refere um comunicado do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) a propósito das jornadas de formação de professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), a realizar em Fátima (Centro Paulo VI e Salão do Bom Pastor), nos dias 26 e 27 de Janeiro.
«Educação da Sexualidade: Uma descoberta da Vida e do Amor» será o tema central desta iniciativa destinada a Professores de EMRC, Professores das Escolas Católicas, Professores de diferentes grupos disciplinares do Ensino Básico (1.º, 2.º e 3.º ciclo e Secundário), Responsáveis Diocesanos; Pais, Seminaristas e outros Educadores. “Deste modo, pretende apoiar os educadores cristãos na sua laboriosa tarefa de ensinar, anunciar e testemunhar os valores em que acreditam e que norteiam a sua vida.” – sublinha o documento assinado pelo director do SNEC, Pe. Augusto Cabral.
Depois de uma abordagem teórica do tema central haverá vários ateliers (à conversa com...) sobre o “Sentido antropológico e ético dos Afectos”; “Saúde e Sexualidades; Media, Sexualidade e Juventude”; “Etapas de uma Educação da Sexualidade”; “Que materiais para a Educação Sexual?” e “A Educação da Sexualidade no Magistério da Igreja”. Painéis que ajudarão os participantes a reflectir sobre algumas situações, a construir projectos de Educação Sexual para a escola e a desmistificar alguns receios que esta temática, por vezes, proporciona.
Poderá obter mais informações através do SNEC pelo telefone 218851285 ou pelo email educacao-crista@sapo.pt

 

Não há lugar como o lar... para a educação sexual

A partir de hoje vamos publicar uma série de boletins para pais sobre educação sexual.

Prezados pais,

As mudanças de atitudes, comportamentos e estilos de vida na área da sexualidade que sucederam na nossa sociedade nos últimos 30 anos apresentam, para pais e filhos, alguns dos problemas mais complexos com os quais se terão de enfrentar.

A necessidade para uma educação sexual nunca esteve mais urgente que agora. Hoje em dia, mais que nunca, os pais, as escolas e as comunidades estão-se empenhando em desenvolver a colaboração necessária para assegurar tal educação.

Por experiência sabemos que a maioria dos pais querem falar francamente da sexualidade com seus filhos, mas que muitos sentem que não estão bem preparados para fazê-lo. Quando começar? Que dizer? Como melhor expressar os valores familiares que desejamos inculcar nos nossos filhos? Estas são só algumas das questões que sobresaem na comunicação familiar sobre sexualidade.

Os pais a miúdo pedem a ajuda das escolas e das organizações de sua comunidade na sua busca de informação, apoio, destrezas. Não há lugar como o lar... para a educação sexual é um projeto concebido para oferecer tal ajuda.

Não há lugar como o lar... consiste em boletins de notícias para os pais que os podem ajudar no seu papel essencial de educador sexual mais influente de seu filho ou filha. Há cinco páginas para cada ano de idade ou grau escolar, desde os três até os dezoito anos. Cada página contém informação sexual importante e adequada à idade em questão, modos de a disponibilizar, conselhos de comunicação e sugestões de recursos para os ajudar nos seus esforços.

Categorias de idade

3 Anos
4 Anos
5 Anos

Ano 1
Ano 2
Ano 3

Ano 4
Ano 5
Ano 6

Ano 7
Ano 8
Ano 9

Ano 10
Ano 11
Ano 12


Uma educação sexual baseada no seio familiar pode:

- permitir que se transmitam os valores familiares
- proporcionar informação exacta às crianças
- ensinar destrezas eficazes sobre como tomar decisões
- neutralizar as mensagens sexuais negativas e más dos meios de comunicação social


O nosso compromisso de servir as famílias e as escolas anima-nos a juntar-nos a vós nos vossos esforços de alcançar essas metas importantíssimas. Com este fim, temos o prazer de disponibilizar-lhes este recurso; esperamos que lhes seja útil.

(Continua... 1 de 16)

2005/12/11

 

Poluição do ar das salas de aula viola lei

Estudo sobre a qualidade do ar em escolas da região Norte


Vítor Mota
As salas analisadas tinham o dobro dos níveis de poluição permitidos
As salas analisadas tinham o dobro dos níveis de poluição permitidos
O estudo sobre a 'Qualidade de ar interior como determinante ambiental de Saúde. O caso das escolas', da delegação do Norte do Instituto Ricardo Jorge (IRJ), chegou à conclusão que os níveis de dióxido de carbono dos 15 estabelecimentos de ensino da região Norte analisados é em média duas vezes superior ao normal.

"Os resultado não são alarmantes, mas são preocupantes", disse a coordenadora do projecto, Olga Mayan, do Instituto Ricardo Jorge.

O estudo, centrado em escolas do 1.º Ciclo, realizado pelo IRJ em colaboração com a Faculdade de Farmácia e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto apresentou ainda resultados preliminares uma vez que só estará concluído em 2007. Apesar de não serem dados definitivos, o grupo de investigadoras achou que os dados já obtidos permitem tirar conclusões e alertar as comunidades escolares.

Os valores de dióxido de carbono das escolas analisadas são de 2315 microgramas (mg) por m3 quando os limites médios aceitáveis se situam nos 1000 mg/m3.

A responsável pelo estudo salienta que os níveis de dióxido de carbono podem ter como consequência "comportamentos de fadiga, dificuldades de concentração e irritabilidade". Estas situações podem aumentar o absentismo dos alunos.

"A má ventilação e estagnação do ar nas salas de aula são os principais responsáveis pelos elevados níveis de dióxido de carbono", afirmou a investigadora, Joana Madureira. As más condições das janelas, bem como a inexistência de bandas superiores nas mesmas dificultam a circulação do ar.

No estudo é ainda abordada a contaminação química e clima interior, a contaminação biológica, os ruídos e iluminação das escolas.
 
(Correio da Manhã)

2005/12/10

 

Dormir com chupeta pode evitar morte súbita

As crianças que usam chupeta quando vão dormir reduzem em 90% a probabilidade de vir a sucumbir a uma morte súbita, durante a noite. Esta foi a conclusão a que chegaram investigadores norte-americanos.

Segundo o estudo, divulgado pelo "British Medical Journal", o benefício é maior para as crianças que vivem num meio "adverso". As condições adversas incluem ambientes onde ambos os pais são fumadores. Os investigadores acreditam que a chupeta é útil, talvez pelo facto de ter uma pega volumosa. Esta poderá impedir o bebé de ficar sem ar, quando mergulha a cara entre os lençóis do berço.

Um estudo datado do ano 2000 mostrava que as crianças habituadas a dormir com chupeta podiam correr o risco de morrer subitamente se abandonassem o hábito.

2005/12/09

 

Bruxelas quer estratégia para travar obesidade

Proposta Comissão Europeia lança processo de consulta para combater doença que afecta 14 milhões de europeus

A Comissão Europeia lançou, ontem em Bruxelas, um processo de consulta sobre a melhor forma de lutar contra a obesidade, que afecta actualmente 14 milhões de europeus e uma em cada três crianças em países como Portugal.

"O aumento da obesidade é um problema europeu que requer uma resposta coordenada, se quisermos controlar e inverter esta tendência", referiu o comissário Markos Kyprianou, responsável por Saúde e Protecção aos Consumidores.

O Executivo europeu pretende recolher sugestões concretas sobre a promoção de dietas saudáveis e actividade física para desenvolver, em seguida, uma estratégia comunitária sobre nutrição, actividade física e saúde.

"Ao longo da Europa dos 25, o excesso de peso afecta quase uma em quatro crianças. O excesso de peso e de obesidade em Espanha, Portugal e Itália excedem níveis de 30% entre as crianças com idades entre sete e onze anos", refere o comunicado de imprensa da Comissão Europeia.

Criar medidas que adequem o ambiente e os transportes urbanos à prática de exercício físico e desenvolver a investigação na área são algumas ideias incluídas num "Livro Verde" também publicado com o objectivo de promover o diálogo.

Segundo o comissário europeu, estima-se que mais de 400 mil crianças se tornam obesas por ano. "Os adolescentes com excesso de peso de hoje são vítimas de ataques cardíacos ou de diabetes amanhã", disse.

O processo de recolha de sugestões destina-se às instituições europeias, aos estados-membros e a toda a sociedade civil em geral e terá lugar até 15 de Março de 2006, sendo os resultados publicados em Junho na página electrónica da União Europeia.

2005/12/08

 

Anúncios de publicidade na Tv maus para a saúde das crianças


A maior parte da publicidade para as crianças promove escolhas pouco saudáveis e o governo devia avançar se a indústria falhar em melhorar a situação, um relatório de especialistas norte-americanos alertou na passada terça-feira.

"Existe uma forte evidência que a publicidade televisiva influencia as dietas das crianças com menos de 12 anos", disse o Dr. Michael McGinnis, um investigador do Institute of Medicine, que conduziu o estudo.

Os dados obtidos também sugerem que o marketing pode conduzir a altas taxas de gordura corporal, embora novas investigações sejam necessárias para demonstrar uma relação directa de causa e efeito entre a publicidade e a obesidade infantil. "As comidas publicitadas são predominantemente altas em calorias e baixas em nutrientes", afirmaram também os investigadores.

O painel de cientistas também apelou para a necessidade de se realizarem campanhas para educar as famílias sobre comidas saudáveis, directrizes nacionais para a comida oferecida nas escolas e a uma auto-regulação por parte da indústria (se tal não funcionar, o governo deverá obrigá-los a publicitarem escolhas de comidas e estilos de vida saudáveis).

Na internet:
Institute of Medicine

 

Obesidade passa de mães para filhos

Saúde e Progenitoras determinam, em muito, a saúde das crianças

As crianças, cujas mães tenham sido obesas antes de engravidar, têm mais probabilidades de apresentar problemas de peso. Segundo um estudo americano recente, as características físicas da mulher influenciam o seu bebé a longo prazo. Os cientistas, que estudaram mais de três mil recém-nascidos, insistem na importância de se evitar que as crianças engordem.

O mesmo estudo avança que a alteração dos níveis de glicose e insulina na progenitora pode afectar ao longo da vida inteira os seus filhos, sendo possível que venham a ter excesso de peso e mesmo diabetes de tipo 2. Ao que parece, a disponibilidade do feto em assimilar macro e micronutrientes associa-se ao estado nutricional da mãe antes desta ter engravidado.

De acordo com as investigações, uma criança de sete anos cuja mãe foi obesa tem mais probabilidades de ser gorda nesta altura, do que uma outra com a mesma idade cuja mãe nunca teve de enfrentar estas questões. A relação entre peso materno e infantil é maior quando relativa às crianças hispânicas e negras.

As conclusões sugerem mesmo que a obsesidade em adolescentes e adultos se prende com a dieta dos primeiros tempos de vida, ainda dentro do ventre materno; e com a ementa nutricional da mãe, antes mesmo da gravidez.

Fumar provoca obesidade

O estudo revela ainda que os filhos das mães fumadoras têm igualmente mais propensão para engordar, além de todos os outros problemas acrescidos ao risco de se fumar durante o periodo de gestação.

Dentro da perspectiva de prevenção da obesidade infantil, o documento demonstra também que apenas 5% das crianças amamentadas têm mais tarde problemas com o seu corpo, um número muito inferior às crianças cuja alimentação nos primeros meses de vida foi leite artificial.

O peso de uma criança aos três anos é um indicativo muito forte de como ela será no futuro. Mesmo que haja alterações, há um padrão estabelecido desde tenra idade. Os cientistas dizem que este estudo permitirá, a partir de agora, localizar melhor as crianças em risco de excesso de peso, para se estabelecer, posteriormente, um programa estratégico de prevenção, já que as sociedades ocidentais correm o risco de estabelecer um padrão de peso infantil absurdo.

2005/12/05

 
Medo na escola
investigação Dados sobre comportamento dos estudantes portugueses são escassos Estudo da Universidade do Minho aponta os insultos como a principal agressão aos alunos 
BRUNO CASTANHEIRA


Fernando Basto

OGoverno britânico decidiu, na última semana, criar uma lei que permite multar os pais dos alunos com comportamentos indisciplinares. A mesma preocupação estende-se a outros países europeus, como a Espanha, onde um inquérito revelou que 24% dos jovens questionados sobre a indisciplina na escola são vítimas de maldades diversas por parte dos colegas durante todo o ano escolar e têm medo de ir para a escola. Em Portugal, apenas se conhecem números referentes a actos violentos. Contudo, especialistas em educação afirmam que a intimidação (um fenómeno conhecido pela designação inglesa de "bullying") continua esquecida entre nós e é de longe muito mais preocupante e séria do que os fenómenos de indisciplina ou violência escolar.

Na base da decisão do governo britânico está a necessidade de conter a indisciplina na escola, considerada responsável pelo aumento do insucesso escolar. Ao mesmo tempo que tenta sensibilizar os encarregados de educação para a necessidade de colaborarem com a escola, o Executivo de Blair dá mais autoridade aos professores, permitindo-lhes, inclusive, que usem da força para submeter os alunos à disciplina.

Também em Inglaterra, os directores de uma escola de ensino básico decidiram instalar câmaras de vídeo nas salas de aula. As imagens servirão para, mais tarde, mostrar aos alunos e pais os comportamentos indevidos que afectam o rendimento escolar. Em Portugal, os dados quer referentes à intimidação sobre alunos quer sobre o impacto no insucesso são muito escassos. Acresce a isso a escassa margem de manobra dos professores para lidar com o problema. Um dos pedagogos contactados pelo JN salientou a falta da abordagem do tema na formação inicial de professores, o que deixa os jovens estagiários desprotegidos em relação à forma como devem lidar com a indisciplina na sala.

Por seu turno, um estudo elaborado por uma investigadora da Universidade do Minho - dos poucos efectuados no país - dá conta da incidência elevada de casos de intimidação nas escolas e das formas variadas como ela é concretizada (ver gráfico).

Já em Espanha, onde o debate tem sido intenso, um inquérito feito pelo Instituto de Inovação Educativa apurou que os comportamentos intimidatórios (abuso de poder entre os jovens) na escola perturbam 24% dos inquiridos. Entre os actos mais frequentes estão chamar nomes (14,16%), rir-se do colega quando se engana (8,86%), ignorar os colegas (8,54%) e insultar (8,07%). Mais grave ainda é saber que este tipo de comportamentos perdura, na maior parte dos casos (24%), durante todo o ano escolar.

Para o pedagogo Alexandre Ventura, o fenómeno "é um icebergue do qual nem a ponta se conhece" e com consequências "muitíssimo mais graves do que a indisciplina ou a violência escolar".

 

Intimidação pode deixar marcas para toda a vida

Intimidação pode deixar marcas para toda a vida
efeitos Pedagogos alertam para consequências nefastas do "bullying" Falta de ajuda pode levar ao suicídio
 
leonel de castro
O "bullying" pode levar à perda de motivação pelo estudo



"É um icebergue do qual mal se conhece a ponta". É assim que Alexandre Ventura, professor do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, classifica as formas de intimidação, conhecidas pela designação inglesa "bullying". No seu entender, trata-se de um fenómeno muito mais preocupante do que a indisciplina e a violência em ambiente escolar.

Para realçar a dimensão do fenómeno, Alexandre Ventura sugere que se pense apenas nesta realidade todos os dias em que há aulas, muitos milhares de crianças são vítimas de qualquer tipo de intimidação, que pode envolver violência verbal e física.

"No bullying, existe sempre uma relação desigual de poder entre agressor e a sua vítima, normalmente o agressor é mais velho e mais pujante e pode actuar em grupo", explicou.

Por seu turno, Beatriz Pereira, professora do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, fez questão de realçar uma das características do "bullying" mais marcantes o prolongamento da intimidação no tempo.

"Ao contrário da violência ou da indisciplina escolar, que acontecem através de actos isolados no tempo, o "bullying" é caracterizado pela continuidade no tempo. É intimidação ou abuso de poder que se concretiza entre pares, ou seja, entre crianças e adolescentes", explicou.

Beatriz Pereira destaca, de resto, o facto de, através do "bullying", o agressor pretender intencionalmente provocar um mal-estar à vítima continuadamente e ao longo de um determinado tempo.


Roubos e insultos

O fenómeno em si não é novo. Na realidade, as formas de intimidação são as mais variadas roubar o telemóvel, dinheiro ou o lanche sob ameaça; insultar; chamar nomes depreciativos; chacotear constante por ser diferente ou por qualquer característica física ou ridicularizar perante os colegas e professores.

"Alguns destes comportamentos parecem inofensivos, mas na realidade não o são, pois podem castrar a liberdade de uma criança e marcar a personalidade de uma pessoa para a vida inteira", frisou Alexandre Ventura. "Muitas vezes - continuou - a intimidação criada é vivida com muita amargura pela vítima, que se sente enxovalhada. E o pior é que a situação é vivida em silêncio e o indivíduo acaba por fechar o cofre e deitar fora a chave. Acaba vivendo o resto da vida marcado por aquela situação".

Beatriz Pereira vai mais longe e recorda-se de um caso noticiado recentemente, em que um jovem, nos EUA, foi à escola munido de uma caçadeira e matou os colegas.

"O bullying gera um sofrimento enorme, continuado, vivido em silêncio, pois em 50% dos casos as vítimas nada dizem, nem aos professores, nem aos pais. E, dependendo da situação, a intimidação pode levar ao suicídio ou, como naquele caso, originar actos de loucura, dado que a vítima já não aguenta mais a agressão constante", concluiu.


 

Alunos chamam a si a tarefa de resolver os problemas

Escola da Ponte O castigo é ficar a reflectir
malacó
Assembleia de escola com alunos do 1º e 2º ciclos mau comportamento resolve-se entre eles



Se não fosse um exagero, diríamos que a disciplina lhes corre nas veias. Mas, claro está, as crianças são iguais em todo o lado, e encontrar um recreio escolar livre de zaragatas é tão provável quanto a mesma pessoa ganhar a lotaria duas vezes. Possível, isso sim, é haver formas diferentes de entender e resolver esse tipo de problemas, como acontece na Escola da Ponte, em Santo Tirso. Ali, são os alunos a debater os seus comportamentos e só em último caso recorrem à intervenção dos adultos.

Sexta-feira, 15 horas. Por imperativos de espaço, é no vizinho cinema de Vila das Aves que decorrem as semanais assembleias da escola, em que, sempre que se justifique, os casos de indisciplina integram a ordem de trabalhos. Na última, os miúdos discutiram as confusões que se passaram num qualquer intervalo. A comissão de ajuda, que tem assento na mesa da assembleia, registou as sugestões para, depois, tomar uma decisão - que é ajudar tanto os queixosos como os indisciplinados.

Dito assim, pode soar a coisa de gente grande. E, na verdade, é. Com a diferença de que os professores e os funcionários apenas são recurso quando os alunos não conseguem, sozinhos, solucionar os problemas por eles criados - por exemplo, uma bulha mais complicada. Outra das características deste método é que os protagonistas de maus comportamentos ficam sem intervalo e passam esse tempo a reflectir sobre o sucedido. Ora escrevendo, ora falando com os colegas. É este o "castigo".

"Na maior parte das vezes, os alunos conseguem resolver as coisas entre eles. Quando são coisas mais sérias, temos de avisar os professores", diz Mário Rui, de dez anos. Para este membro da comissão de ajuda, o esquema da Escola da Ponte "faz com que a disciplina melhore". E dá como exemplo os casos de meninos que foram ali parar, após expulsões por mau comportamento, e que conseguem manter-se na escola.

Desrespeito e desobediência são as situações mais corriqueiras. Entre as mais sérias, Mário Rui aponta o "fechar as pessoas na casa de banho". Mera brincadeira? "É brincadeira, só que fazem aquilo por gosto ou porque se querem vingar", conclui.

Presidente da mesa da assembleia desde o início do ano lectivo, Sara Rocha não vê no castigo um verdadeiro castigo "Reflectimos sobre o que fizemos e damos propostas para melhorar o nosso comportamento. E funciona". Pela forma como conduziu a assembleia, Sara era o exemplo da disciplina em permanência.

 

"Gunas" atacam à procura de telemóveis

Uma das práticas mais vulgarizadas de intimidação entre crianças e adolescentes é o roubo de telemóveis ou de dinheiro nas imediações das escolas.

Os agressores - conhecidos por "gunas" - normalmente actuam em grupo e abordam as vítimas como se fossem amigos, para não dar nas vistas. De Norte a Sul do país, são milhares os estudantes que já foram vítimas ou que presenciaram esta forma de "bullying".

"Já fui intimidado mais de oito vezes e só não fui mais porque consegui evitar o encontro com os gunas", conta Filipe Ferreira, aluno do 10.º ano, numa escola do Porto. A maioria das intimidações ocorreram nas imediações da escola, palco privilegiado para a actuação dos agressores, que podem ser ainda muito jovens.

"Só em duas das ocasiões é que me levaram o telemóvel, mas tiveram a bondade de tirar o cartão e dar-mo", ironizou.

Filipe Ferreira relata casos em que os adultos se apercebem da intimidação mas nada fazem para valer à vítima. "Quem é intimidado fica assustado e muito aflito com medo das agressões. Mas é de lamentar que os adultos se apercebam e nada façam para ajudar as vítimas que podiam até ser os seus filhos". Calejado, Filipe Ferreira explica que a melhor forma de evitar este tipo de intimidação é estar bem atento na rua, evitar o encontro com grupos e gritar por ajuda se possível.

2005/12/03

 
Estrada: Drogas leves perigosas para condutores

Canábis duplica acidentes

António Rilo
As drogas duplicam as hipóteses de acidentes com mortos
As drogas duplicam as hipóteses de acidentes com mortos
O consumo de canábis associado à condução duplica a probabilidade de acidentes mortais na estrada, revela um novo estudo realizado em França e agora publicado no 'British Medical Journal'. Se a canábis - erva ou haxixe - for consumida com bebidas alcoólicas, o risco é 16 vezes superior.
 
Para chegarem as estes resultados, os investigadores analisaram um total de 10 748 desastres ocorridos em França, entre 2001 e 2003. Mais de metade dos condutores morreram. As autópsias decteram vestígios de canábis.

O estudo conclui que os condutores sob efeito das chamadas drogas leves têm duas vezes mais probabilidades de sofrerem ou provocarem acidentes mortais do que os condutores que não consumiram qualquer droga.

De acordo com Jean-Louis Martin, investigador da Universidade Claude Bernard, em Lyon, que coordenou o estudo, o risco é maior devido ao efeito da erva e do haxixe na capacidade de concentração e reacção.

O presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Duarte Nuno Vieira, contactado pelo CM, apela ao reforço da fiscalização e à sensibilização para os perigos da condução sob efeito de drogas. "É inquestionável que estas substâncias interferem com as capacidades psicomotoras e podem influenciar a sinistralidade", disse.

A detecção só é possível mediante amostras de sangue ou urina, mas encontra-se em desenvolvimento, a nível internacional, um teste de saliva que permitirá às autoridades efectuarem a despistagem na estrada, como o teste do balão para o álcool.
(Correio da Manhã)

2005/12/01

 

As crianças que têm animais de estimação são mais saudáveis


Ter um animal de estimação reduz a quantidade de tempo que es criança s faltam à escola devido a doença, revelou um novo estudo no Reino Unido.

Investigações anteriores já tinham sugerido que ter um animal de estimação é associado a um risco mais reduzido de doenças do coração, menos visitas ao médico de família e um risco reduzido de asma e alergias nas crianças mais novas.

Pensa-se que o próprio acto de ter e cuidar um animal transporta consigo benefícios sociais e apoio emocional. Estudos feitos têm demonstrado que o apoio dos animais pode espelhar alguns dos elementos dos relacionamentos humanos conhecidas por contribuir para a saúde.

 

Ruído de aeroportos prejudica a aprendizagem

A propósito da recente discussão sobre a nova localização do aeroporto de Lisboa:

As crianças que moram perto de um grande aeroporto podem ter mais dificuldades em aprenderem a ler, ter dificuldade em memorizar e ficarem com mais stress devido ao quase constante ruído, de acordo com um estudo da University of London's Queen Mary's School of Medicine and Dentistry.
Fonte: Chicago Tribune/Cox News Service

 

Crianças precisam de pelo menos uma hora de exercício diário

Um painel de especialistas em obesidade americanos determinou que as crianças precisam um mínimo de uma hora de exercício por dia para manterem uma boa saúde. A hora pode ser dividida por várias actividades ao longo do dia.
Fonte: MSNBC.com

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