2006/01/23

 

Jovens com vida sexual não estão mais informados

De acordo com um estudo publicado no Jornal de Notícias, as diferenças de conhecimentos dos activos e não activos não são substanciais, um dado preocupante para o investigador. Informação transmitida não é assimilada pelo jovens.

Os jovens sexualmente activos não têm mais informação sexual que os não-activos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pela Universidade Fernando Pessoa, do Porto, que Sampaio Gomes, responsável pela investigação, considerou "preocupante".

"Não existem normas sobre o que é considerado um conhecimento médio ou normal sobre esta área, mas é de pressupor que os jovens com vida sexual deveriam ter mais informação que os restantes", referiu Sampaio Gomes, acrescentando que "constituem um claro grupo de risco por não utilizarem sempre, ou então irregularmente, os métodos contraceptivos e preservativo". Menos de metade dos inquiridos assumiu que usava o preservativo de forma sistemática.

O estudo, intitulado "conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais em adolescentes sexualmente activos e não activos, estudantes do 9.º ao 12.º ano de escolaridade", foi realizado com 204 adolescentes com idades entre os 14 e os 21 anos (45,6% raparigas, 54,4% rapazes) sendo que 19,6% têm vida sexual (um grupo de 40, dos quais 11,8% são rapazes e 7,8% raparigas) e 80,4% não têm.

Os participantes são alunos de uma escola pública de uma zona urbana do Norte.

Uma outra conclusão deste estudo, de acordo com o seu autor, é a necessidade para uma melhor e mais eficaz informação sobre a sexualidade. "A informação existe, mas pode não estar a ser transmitida da forma mais eficaz, porque não está a ser assimilada pelos jovens", salientou.

"A escola terá que ter a preocupação de estruturar esta informação para uma eficaz transmissão de conhecimentos. Normalmente associa-se essa responsabilidade aos pais, família, mas é necessário fazer mais e passar da responsabilidade privada para a pública", sublinhou Sampaio Gomes.

Dos questionários respondidos pelos participantes verifica-se que as raparigas têm mais conhecimentos sobre métodos contraceptivos que os rapazes, "talvez pelo facto do seu maior envolvimento no que diz respeito a evitar uma gravidez".

Outro dado que também não surpreendeu foi o facto dos adolescentes mais velhos terem mais conhecimentos sobre métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis do que os mais novos.

Quanto às fontes de informação, os sexualmente activos dão preferência à mãe e a leituras, os não activos à mãe e aos professores.

No que se refere aos motivos para a prática sexual já existem diferenças de género. Enquanto que os rapazes mencionam "mero prazer" e "estar apaixonado", as raparigas dizem "estar apaixonada" e "exprimir proximidade emocional".

Os motivos apontados por ambos os sexos para a abstinência sexual são "medo da sida" e "medo de uma gravidez".

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